Anamnesis...

Off: Já que “telepatia is the way” (para meu pc), lá vai telepatia de novo.

On:

O cérebro comanda as funções biológicas de qualquer ser complexo, isto é simples, apesar da consciência continuar existindo mesmo sem seu veiculo.

Mas estar biologicamente conectado tem suas vantagens e suas desvantagens, o qual ele pode aproveitar, telepatia é sobre links, é sobre o resgate da consciência coletiva compartilhada entre os seres vivos e o universo, em uma rede de pensamentos, além da simples concepção humana, um telepata é um hacker, e é hora de hackear.

Existem funções automáticas que o cérebro desenvolve que nem notamos seu funcionamento, como por exemplo a velocidade com o sangue corre em nosso corpo.

Se o bebê tem um sistema circulatório, ele deve ser controlado por uma região do cérebro similar a nossa, pensa Yao, ele só precisa fazer com o cérebro diminua um pouco, sutilmente a velocidade com que o sangue corre, gerando uma letargia, que vai induzi-lo de volta ao sono, afastando-o do sofrimento do real, que parece tão evidente.

Enquanto ele pensa no que fazer.

Sumiko tenta de alguma forma fazer carinho no feto. Ela sente a pele estranhamente áspera e fina, como se fosse a pele de um velho. O bebe apresenta praticamente nenhuma reação, apenas olha para ela com o número que tinha na testa. Parece inclinar a cabeça para acompanhar o cafuné, mas parecia não sentir muito bem as coisas. Ela vê o bebezinho estender a mão com dedos curtos e tocar no vidro.

"Acabe..."

Ela ouve uma voz falar na sua cabeça, parecia uma voz infantil que ainda não havia ainda dominado todas as palavras. Yao também ouve isso na sua mente, quando tenta abordar a mente do feto. Ele tenta acalmar o bebê lhe causando letargia. Mas era um feto em desilvolvimento ainda, seu sistema circulatório era ainda controlado pelo útero materno...

Evidententemente lá não havia nada como aquilo. Apenas uma rede mais ampla com outros "sub-núcleos", esse sim mais "racionais". E justamente esses sub-núcleos não gostam da presença intrusa do Yao tentando mecher no seu "filho". Hora das contramedidas...

O membro 'Zao-Lat' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd10' : 2, 5, 4, 5, 8, 8

Yao perde o controle momentâneo sobre a circulação do feto, mas o embate termina como se num empate. As duas crianças ouvem:

"Mate-me..."

Sumiko mantém o cafuné, apesar da estranheza das sensações. Lágrimas escorrem dos seus olhos, e ela se aproxima do tubo. Diz:

- Não posso... isso que te fizeram é errado, eu quero te ajudar... mas não posso te matar. Não tem outra forma?

-Estamos longe de recursos, Sumiko, eu também quero ajuda-lo, mas o que podemos fazer?

-Podemos ser a única chance de liberdade que ele vai, ter, não somos, nem o juiz, nem o júri, nem o executor, somos o julgamento, podemos absolve-lo.

E ele encosta no ombro dela e no vidro, para servir de conduinte entre os dois.

-Quando dois corações falam, nada mais precisa ser dito.

A genuína empatia dela, o desejo de ajudar, o sentimento dela, se existem mil nomes para o amor, este é um deles, compaixão.

E dele, sua angustia, seu sofrimento, sua incompletude.

Os sentimentos os vão guiar, e revelar o que está oculto, a melhor ação para esta situação.

Não havia muito o que sentir ali além da tristeza de Sumiko e Yao, por que o feto em si não possuía muitas outras funções além de sua capacidade mental extraordinária. Ele parecia ser uma máquina bem planejada, com poucas funções além daquela que ele existia para executar, ou seja, ele existia unicamente para servir como núcleo daquele sistema e seria incapaz de sobreviver de outra forma, fora daquele tubo.

- Eu não posso... Viver de uma forma que não esta... Se eu viver, todos morremos... Mas não abandonem os outros, eles podem sobreviver...

- O que está acontecendo? O que é essa coisa? Descobriram como fazemos para desligar essa máquina medonha?

Os dois praticamente haviam se esquecido do homem que estava lá com eles. As sirenes do local disparam, e o local fica iluminado por luzas vermelhas rotativas. Parecia que o sistema de defesa estava se preparando para acabar com os invasores. Mas o mais impressionante foi descobrir que aquele feto não era a única "pessoa" mantida cativa lá. Iluminado pelas luzes de alerta, vários tubos criogênicos cercavam aquela sala, com pessoas de estatura jovem, com uma compleição mais normal do que o feto, dentro de cada um deles, e cada uma daquelas pessoas possuía várias fios saindo de seus crânios. Yao percebe, pela forma que as linhas de raciocínio tomavam, que se aquele feto era o núcleo de energia daquele sistema, aqueles provavelmente eram o "centro de processamento" dele, e também seu firewall.

Sumiko consente. Engole em seco. Do fundo de seu coração, ela sabe que o que ela estava prestes a fazer a carregaria por toda a vida. Lágrimas escorrem de forma ainda mais intensa de seus olhos. Ela olha para Yao e diz:

- Cuide dos outros.

Olha novamente para o feto. Junta as mãos, buscando sentir o pescocinho dele.

- Me perdoe.

Então aperta e torce, o máximo e mais rápido que pode.

- Por favor, faça isso rápido... não quero que ele sofra... não mais ainda


<off: narrador, rolo o quê? Dá pra gastar FV pra ter 3 dados a mais e aumentar as chances de conseguir uma morte rápida? >

Algumas decisões são duras, mas quando se tem de sustentar o mundo, é necessário se firmar bem os pés.

-Sejamos fortes Sumiko, se precisar estou aqui.

Ele tenta encontrar uma sequência de comando para emular uma ordem de desconecção, através das impressões mentais no circuito, dos periféricos (as pessoas no tubo), para poder retirá-las com segurança.

OFF:

Sumiko escreveu:

É rac+psicoc+psiq = 8. Pode gastar FdV.

Agora o teste do Yao:
Zao-Lat efetuou 10 lançamento(s) de dados d10 :

7 , 10 , 2 , 10 , 2 , 8 , 10 , 7 , 9 , 2

<off: ok, como a Sumiko não tem idéia da sua capacidade, ela gastaria FdV pra garantir um controle maior do poder... gastando FdV então, pra ter mais 3 dados. 8+3=11. >

Sumiko efetuou 11 lançamento(s) de dados d10 :

5 , 5 , 3 , 3 , 6 , 5 , 6 , 2 , 10 , 10 , 8

<off: re-rolando os 2 valores 10 >

Sumiko efetuou 2 lançamento(s) de dados d10 :

1 , 7

Sumiko sente o pescocinho daquela criança em volta dos seus dedos, sente aquela cabeça disforme tão frágil que achava que poderia matá-lo espremendo-a como uma uva, mas ela queria algo limpo, rápido e indolor. Um corte rápido das terminações nervosas, um golpe ou torção certeira na parte interna da nuca e ele morreria antes de de perceber isso.

E ele morre, boiando inerte no tubo. O sistema entra em pane total. A sirene se torna completamente frenética, parecendo um animal sendo estrangulado, e tudo começa a tremer. Sorte Yao ter dominado o sistema com maestria soberba. Tudo é desligado e aberto para eles, e o feto se desfaz dentro do tubo. Os outros locais onde havia outras pessoas se abrem sequencialmente, deixando o líquido em que eles estavam imersos, anteriormente congelados, vazasse. O lugar fica com um cheiro horrível. Provavelmente muitos de lá já estivessem mortos a algum tempo.

Sumiko olha para as suas mãos, com alívio por ter conseguido não causar sofrimento no feto. As sirenes abafam a sua voz:

- Eu não vou deixar mais ninguém sofrer desse jeito...

Mas o peso de sua ação recai sobre seus ombros. Ela se abraça e cai de joelhos. Já não há mais lágrimas para chorar. Enquanto o feto se desfaz no tubo, ela olha para cima, completamente sem ação.

- Eu matei... tinha de ter outro jeito, sempre tem outro jeito... e eu matei...

Todo o resto já não fazia sentido. A menina estava em choque, e isso era visível. Os sons, o cheiro, o líquido pútrido que molhava seus joelhos... mas Sumiko não tinha forças para nada.

Se dirigindo ao acompanhante que estava ainda ali.

-Você pode ajudar a eles? Ver quem ainda pode ser ajudado?

E vai para junto da Sumiko a pega no colo, repousando sua cabeça em seu ombro, e diz para ela:

-Quer conversar? Algumas vezes partilhar a dor, é o melhor caminho, eu também fui culpado Sumiko, eu não pensei em outro caminho...

Parecia que tudo aquilo havia acabado. O sistema estava desligado agora e as sirenes começavam a parar, restando apenas os resíduos dos tubos abertos e os corpos caídos. Sumiko chorava e Yao a consolava, apenas o homem desconhecido parecia ainda estar concentrado no que eles haviam ido fazer ali. O homem começa a examinar um por um os corpos que estavam entubados nos cilindros drenados.

- Nove pessoas, sete mortos sendo que desses sete, cinco parecem terem morrido de velhice... Dois ainda parecem estar vivos, só preciso descobrir como tirar eles daqui...

O homem fica falando para si mesmo, até que encontra um painel perto do lugar onde o feto estava, e após alguns comandos os cilindros se abrem, e os tubos ligados aos corpos se soltam como ventosas e morrem logo em seguida, deixando os corpos livres para caírem de cara no chão. O homem vai depressa socorrer o primeiro deles. Era um jovem de aparência incomum, que cospe uma enorme quantidade de gosma e começa a respirar, enquanto o homem apontava a lanterna diretamente para o rosto dele.

O som da musica foi interrompido. Frio e...credo que cheiro é esse?

Abre os olhos com dificuldade e quando a luz o cega, se protege com as mãos, ainda cuspindo a gosma fedorenta.

"Aaaahh meu olhos, não faz isso, por favor..."

Agita as mãos de forma desordenada e fraca na frente do rosto.

O membro 'KA' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd10' : 9, 10, 8, 9, 1, 3, 2, 9

Como atendendo ao pedido, o feixe de luz entorta, se contorce e desvia do rosto do menino, subindo e serpentiando pelo lugar, circundando os tubos e batendo nas paredes. Como um pincel pintando da cor do feixe os lugares mais escuros.

Sumiko não rejeita o carinho de Yao, mas faz um sinal de negativo com a cabeça, quando ele pergunta se ela quer conversar. Ao ver a luz, se dá conta de que algo estranho estava acontecedo. Procura olhar em volta:

- O que está acontecendo?

Sumiko olha para Yao com cara de quem não entendeu nada.

- Ein? Tá... já desisti de entender ele faz tempo...Er... tá...

Respira o mais fundo que a sua asma permite, concentrando-se para controlar os sentimentos que a abatiam. Ainda estava no colo dele, e aquilo era bem constrangedor.

- Ahn.... me põe no chão?

-Desculpe. Eu acabei atraido pela sua beleza, a beleza de sua alma se reflete no seu corpo, e desculpe a sinceridade, é muito dificil de ficar indiferente.

E a coloca no chão, em uma escala que ultrapassa os limites humanos da vergonha, e vai ver o recém chegado.