Anamnesis...

Recapitulando...

[Trilha Sonora]

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Sumiko continua seu caminho em direção ao tal "Sr. Tímido", sendo seguido, com uma porca tentativa de furtividade, por suas amigas curiosas... Ela seguiu as indicações de Shikaku até um canto bastante escondido nos fundos da escola. Era uma tarde amena de final de primavera, o céu estava azul claro e com nuves de algodão, uma leve brisa soava entre os muros levando algumas flores caídas para passear. Sumiko não estava nem um pouco tensa, afinal ela já havia recebido propostas muito mais decididas de outros jovens, ela simplesmente não botava fé na indicação de sua "mentora", por mais digna que ela fosse...

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Sumiko estava dolorida, e mesmo sem voz, vocalizava. Ela tentava sair da lixeira, sorte dela ser uma tampa de plástico provisória, trocada após vandalismo. Se fosse de ferro como o resto da lixeira, ela ficaria lá para sempre. Ela sai de encontro ao chão. Chovia, ventava, trovoava, e o clima estava entregando para Sumiko tudo o que ele tinha de pior. Ele a estava preparando Sumiko para o encontro que ela iria ter, e era isso o que a realmente deixava tensa. Ela olha ao redor e vê o mundo se desfazer em milhões de cubinhos negros, se perdendo em uma nuvem de ferrugem, fumaça e pó. Ela já havia sofrido todos os tipos de encontros cruéis, mas aquele era especial, por mais indigna que ela fosse...

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Sumiko prende a respiração, essa era sim uma surpresa...

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Sumiko prende a respiração, essa era sim uma surpresa...

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Era ele, Ele! Era perfeito, ideal, belo, amável, gentil e todas as outras virtudes. Era o homem que ela esteve procurando em toda(s) a(s) sua(s) vida(s) e até um pouco além disso. Era sua razão de ser e aquilo que não existem palavras para explicar. Era aquilo que a dava forças para seguir adiante e aquilo por quem ela alegremente morreria. Era aquilo que todos sonham mas poucos encontram. Aquilo que todos dariam a vida para poderem possuir pelo resto da vida. Amor, em toda a sua altura, largura e profundidade...

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Não... Lá estava o inominável, a iniludível. Lá estava a pessoa que havia sido mais amável com Sumiko, além dos sonhos efêmeros que ela julgava serem seu pai. Lá estava aquele que lhe estendia a mão...

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Sumiko estava dividida. Aquilo não era justo com a humanidade, uma garota só ocupar o espaço de duas... Mas o que estava divido foi unido no momento em que ela ouviu duas figuras distintas lançarem mão das mesma palavras...

- Você pode escolher que caminho seguir, a dor ou a felicidade. A doce ilusão ou mortal realidade. Você já saboreou um pouco de ambas, mas você não é, nem pode ser, ambas. Aqui está seu limiar. Não vale a pena você continuar ocupando mais espaço no mundo, por isso eu lhe ofereço esta vaga na felidade. Seja feliz, seja o que deseja ser, deixe sua miserável existência para trás. Apenas me dê sua mão...

Príncipe/Morte estede sua mão...

Tomar a mão de um, é tomar a mão de ambos.

OFF: Faça um teste de Perseverança+Autocontrole.

Perseverança + Autocontrole

Sumiko efetuou 6 lançamento(s) de dados d10 :

7 , 4 , 9 , 9 , 7 , 3

Sumiko olha confusa para o seu "príncipe encantado". Como todas as coisas no mundo perfeito em cada uma de suas imperfeições, ele nem era tão bonito assim. Usava óculos, mas tinha um charme, e o olhar? Por trás das lentes, o olhar mais doce, inteligente e compreensivo que Sumiko já vira. Era tudo o que ela queria para ela. Mas ela era desprezível. Em um instante, ela entendeu a grande farsa. Sumiko... a Sumiko de verdade, era aquela que ela julgava ser uma criação de sua mente. Então ela era o quê? Ela servia para quê? Era só uma válvula de escape?


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Sumiko olha assustada para a figura em sua frente, e num momento de estranha lucidez, enxerga o que ela era e tudo o que ela poderia ter sido. Bonita, bem sucedida, popular. A voz quase não sai.

- O que eu sou? Covarde, medrosa, doente, horrorosa. Como pode haver dentro de mim alguém igual a ela? O que ela é? Um espelho das minhas frustrações? Ela é um reflexo das minhas vontades? Como eu posso ser tão desprezível? Como eu posso ter dado tudo a ela? Que direito eu tenho de tirar?

A mão lentamente se levanta, lentamente na direção da morte.

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E novamente se recolhe, o punho é cerrado.

"Não... Como eu posso pensar em ajudar os outros, se eu sou capaz de fazer isso comigo mesma?"

- Sumiko, acorda. Esse infeliz só quer te enganar. Esse olhar perfeito não existe. E o mundo fedido e chuvoso, onde o ar machuca mais que a pedra. Esse mundo é de verdade... e seu pai não ia querer que você morresse.

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- E você?

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- Eu vou ficar bem, toda vez que você estiver bem...

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Sumiko passa as mãos pela roupa enxarcada, limpando-as um pouco. Passa a mão pela cabeça, tirando o cabelo dos olhos. Com muita dificuldade, se levanta. Olha para cima, para aquela figura imensa.

- Eu já fugi de você uma vez, e já quis tantas vezes que você viesse. Não agora. Não com mentiras, não com engano.

As lágrimas caem. Ela havia feito algo que jamais imaginava fazer. Sumiko desafiou algo muito maior do que ela.

... E ela venceu...

Certamente era algo temporário... Certamente uma vitória pírrica... Certamente árdua... Certamente recheada de glória, afinal, temporário, árduo, pírrico... Isso é glória. Talvez esta não fosse a Sumiko, mas havia sido uma vitória.

- Você me decepcionou... Sempre acreditei que você fosse fraca, que iria desistir na primeira oportunidade... Ver essa sua resiliência foi decepcionante. Isso adiou meus planos por um tempo. Você deveria colaborar mais com seus semelhantes garota... Se é que você possui algum semelhante. Se é que você possui alguém aqui na imagem...

Sumiko estava no meio de uma cratera. Um buraco hemisférico com alguns metros de raio. Fora desses limites havia fogo baixo. Como se tivessem destruído o lugar. À frente dela havia uma silhueta masculina, falando algumas palavras, e depois se retirando em meio ao vento quente. Ela olha para cima, certamente era noite, não havia sol, e a lua com sua imensa cratera estava cheia. Mas não estava escuro, um céu cor de sangue banhava o curto horizonte que Sumiko enxergava.

A Sumiko verdadeira enxergava, afinal, ela sentia a asma, as dores, a solidão, a tristeza e o desespero...

- O que aconteceu? Onde está a cidade? A escola? Onde está tudo? Será um sonho? Se for um sonho, por que é tão real?


Sumiko, falava, mas não tinha notado. Respirar dói. Depois de tudo o que tinha acontecido, da chuva, do incêndio, isso era esperado. Ela deixa que a figura parta. E depois, tomando fôlego com dificuldade, grita, enquanto se abraça tentando se consolar:

- Ei? Tem alguém aqui?

Ninguém responde... Ao longe era possível ouvir o som de gritos, ambulâncias e carros, bem ao longe talvez um helicóptero. O que quer que tenha ocorrido, certamente deve ter chamado a atenção de muita gente.

Sumiko não podia ficar ali. Não sozinha, no meio daquela cratera, no meio daquela fumaça...

- O que aconteceu? Tenho de sair daqui. A mamãe... será que ela está bem?

As lágrimas descem pelo rosto, mas ela não sabe dizer se é medo, a fumaça, ou a dor e dificuldade para respirar. Sumiko procura a origem dos sons, tentando se orientar e descobrir um caminho. E procura um caminho seguro, longe das labaredas, para sair daquela cratera, sair daquele lugar.

Sumiko caminha para fora do buraco após a batalha. Ela se sentia aliviada por ter vencido, algo bastante raro em sua vida. A cena parecia familiar. Se não fosse pelas ruínas, ela diria que aquela era a sua rua... O barulho de helicópteros fica mais distinguível. Talvez a polícia ou outro órgão estivesse interessado em saber o que ocorreu lá.

Aquilo era estranho. Por que aquele lugar parecia a sua rua? Ela não estava no colégio até um minuto atrás? Mas e se não estivesse?

- O que aconteceu comigo? O que aconteceu aqui?

Ela anda a ermo, sem saber o que fazer. Os dedos sobre os lábios abafam a sua voz, que teimava em sair mesmo sem que a menina percebesse ou quisesse fazer isso. Confusa, ela olha para o helicóptero, enquanto continua a sussurrar para si mesma:

- O que aconteceu?

Talvez eles tivessem alguma resposta.

Sumiko anda a ermo. Chega na rua, pessoas corriam ao longe. Ela anda pela calçada e começa a enxergar algumas ambulâncias... Ela se vira para olhar para trás. Seus dois vizinhos, um de cada lado, ou que havia sobrado da casa deles... Sim, a cratera era a casa dela.

As coisas então começam a clarear em sua memória...

Ela havia voltado para dormir em casa... Sua mãe estava no hospital... Ela havia escapado de um incêndio... Uma visão, sim, a visão que ela havia tido no porão do homem... Aquela coisa presa...

***KYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH***

Ela cai pela dor de ouvir aquele grito ecoar em sua cabeça, tocando fundo na ferida que ela havia sofrido durante o combate. Muita dor, muita dor... Ela caí de joelhos...

O barulho dos helicópteros estava ficando mais forte, e a dor de cabeça de Sumiko aumentava cada vez mais com a chegada deles... Ela tem medo, sente um arrepio com aquela aproximação...

De joelhos, Sumiko olha para aquela imagem, enquanto fecha os ouvidos com as mãos, tentando minimizar a dor.



- Por quê?

O olhar assustado se dirige aos helicopteros. Eles a feriam. Aquela coisa a feria. Ela olha novamente para a coisa que agora gritava com ela. Diz, com dificuldade:

- Me deixa em paz... Eu não fiz nada.

Então se foca, tenta se concentrar.

- Tenho de sair daqui... não sei o que aconteceu, mas tenho de sair. Preciso sair.

A dor é grande.

- Não consigo... não consigo levantar. Eu queria ser mais forte.

Ela olha novamente para a coisa presa, ao mesmo tempo que, apoiando as mãos no chão, tenta se arrastar para longe dali.

- Por quê? O que ele tem a ver com isso? O que eu tenho a ver com isso?

Sumiko tentava rastejar pelo chão. Aparentemente não havia para onde ir, mas definitivamente não queria continuar ali. Ela se lembra da dor de antes, enquanto tentava se livrar da dor presente. Ela se coloca em pé e vai andando com as mãos pelas paredes. Mas ela se sentia diferente naquela hora. Sentia... Muito mais do que sentia anteriormente... Não dor. Ela sentia o fogo, sentia o chão, sentia as paredes...

... Como se tudo estivesse na palma de sua mão...

Ela sentia como se as coisas ao seu redor fossem parte dela, ou exatamente o contrário. Ela sentia como se pudesse externar os desejos de sua mente sobra as coisas. Sentia que poderia lutar contra aqueles que a atacavam. Parecia um sonho, sim, mas ela sabia que estava acordada.

Ela caminha pelas ruas e entra dentro de um beco. Talvez devesse continuar fugindo, ou se esconder até as coisas passarem...

OFF: Role Raciocínio + Dissimulação

Rac + Dissimulação

Sumiko efetuou 3 lançamento(s) de dados d10 :

8 , 3 , 7

À medida que a dor passa, outras sensações tomam conta de Sumiko. Sensações que ela nunca havia sentido antes. Confusa, enquanto caminha, ela olha para as suas mãos. E pouco a pouco percebe que não precisava olhar para o caminho, pois ele vinha até ela, não apenas cheiros, sons e imagens, mas tudo junto e muito mais.

- O que é isso? O que aconteceu comigo? Por que eu sinto essas coisas? Baka... você deve ter enlouquecido... ou você morreu. Será que a morte é assim? Será que eu não venci no final das contas?

Parecia que eles estavam atrás de alguma coisa, e muito provavelmente aquela coisa era a Sumiko. Ela havia se embrenhado no beco fétido e escuro, passando por brechas e pulando o latas de lixo, e conseguiu fugir... Ela estava completamente "livre no mundo", sem ninguém para dar satisfações, sem um lugar fixo, sem restrições. Ou era isso que parecia. Para muitos isso era um sonho, mas para ela isso era um grande problema, na verdade. Agora seria um exercício de sobrevivência...

Quando a adrenalina da fuga passa, Sumiko finalmente sente o peso do que tinha acontecido. Se encosta em um canto, ofegante, e as lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto. Não conseguia se mover, não conseguia pensar direito. Se abraça. As palavras começam a fluir sem que ela perceba:

- Estão atrás de mim? O que foi aquilo? O que aconteceu com a minha casa? O que está acontecendo comigo? Mamãe... será que ela está bem?

Os pensamentos se confundem com os gestos, e ela passa a procurar nos bolsos da roupa.

- Shikaku...

Será que o telefone da única pessoa que se importava com ela ainda estava lá? Será que a bombinha estava lá? O que tinha restado para Sumiko?

Sumiko se apóia no no chão tensa. Ela revira seus bolsos, ela havia capotado na cama direto depois de chegar do hospital. Felizmente isso garantiu que sua o telefone de Shikaku ainda estivessem com ela, na roupa toda amassada. O problema é que sua inseparável bombinha não estava com ela...

- E agora? A bombinha... o que eu faço?

Ela olha para o telefone no papel amassado. Nenhum dinheiro.

- Será que ela atende se eu ligar a cobrar?

Aflita, e abraçada no papel contendo o telefone - esse era agora seu maior tesouro - Sumiko sai do beco, à procura de um telefone público que funcionasse, para ligar para a Shikaku.

- Que horas são agora? Será que ela tá dormindo?

Enquanto procura, as palavras saem sozinhas, sem que ela perceba. Procura se concentrar em sua própria respiração, para que não precise da bombinha.

Sumiko cosidera que já estava segura depois de silenciar o som do helicóptero. Ela se esgueira para fora do beco e vai no telefone público mais perto possível... Nada de telefone, ele havia pendido pro lado com aquilo que havia acertado a casa de Sumiko. Sorte dela aquele ser uma região conhecida para ela, alguns metros e lá estava um novo telefone... Poucas pessoas estavam na rua, havia uma boa quantidade perto da casa dela, certamente curiosos, mas quanto mais longe, mais vazio. Ela retira o telefone rapidamente e coloca no ouvido. Ela nunca fica tão feliz em ouvir aquele "Tuuuuuuuuuu" sem graça... Disca o número... Começa a chamar!

E a linha cai... Ela tenta mais uma vez, estava desesperada!

- Ah... Ahlooô?...

Um misto de alívio e insegurança invadem Sumiko quando ela ouve a voz de Shikaku. As emoções fortes a fazem chorar novamente e ter dificuldade para respirar, e com isso a voz sai entre soluços:

- Ela tava dormindo... Shikaku... é a Sumiko... te acordei?

- Ah, não... Sim?... Oi!... Não... Hã? O que aconteceu?

Shikaku pareceu confusa, Sumiko não costumava falar tanto, ainda mais daquela forma estranha...

Sumiko engole em seco. Ou ela criava coragem para falar tudo, ou não ia conseguir falar nada. Respira uma vez, direito, para conseguir falar, ainda chorando:

- Coragem, Sumiko... coragem... ahn... eu não sei... a minha casa... alguma coisa aconteceu... ela sumiu, numa cratera... e então eles estavam atrás de mim, os helicopteros... mas eu fugi... eu tô bem, acho... mas não sobrou nada... só o seu telefone.

- Shikaku leu a minha mente? Eu não falei nada sobre helicóptero. Como ela sabe? Será que ela está com eles? Não pode ser... não pode...

A menina fica ainda mais assustada. A voz quase não sai, em meio às lágrimas.

- Eu não sei... não sei... eu acordei e a minha casa tinha sumido. Tinha fogo em volta. Parece que explodiu... aquilo não foi um sonho, a morte tava lá...

int + raciocínio, bônus de 1 por ouvir a sua voz no telefone:

Sumiko efetuou 5 lançamento(s) de dados d10 :

4 , 7 , 2 , 3 , 7