Anamnesis...

- Hã... Nada... Acho que ele estava certo...

Shikaku faz uma pausa para ajeitar o lençol.

- Bem, já são 6 horas... Quer comer alguma coisa?

Sem entender nada, e cada vez mais curiosa, Sumiko diz:

- Certo em quê?

Agora que ela tinha parado um pouco, os sinais da asma eram evidentes. A garota fazia um esforço para respirar.

- O que tá acontecendo, Shikaku? Que negócio é esse de "especial"?

A voz era maios baixa e pausada. Aos poucos ela se acalmava, e parecia voltar a ser a Sumiko de sempre.

Shikaku fica com cara de tacho e fica fazendo sinais para Sumiko se acalmar.

- Não é nada não... Eu apenas estava pensando em voz alta... Era uma outra coisa... Estava pensando sobre as aulas. Depois daquilo que aconteceu ontem eu não sei como vai ser hoje... Bem, acho que preciso tomar um banho... Bye!

Shikaku desconversa e sai rapidamente em direção ao quarto. Enquanto isso Sumiko parece começar a ouvir umas batidas. No começo parecem batidas cardíacas, mas depois ela começa a perceber que estavam mais para impactos. Mas depois tudo volta ao silêncio, e o barulho do chuveiro ligado.

Sumiko fica sozinha de novo, no meio do corredor daquela casa, sem nem saber se mais alguém morava lá. Ela se abraça, olha para um lado, para o outro.

- Eu juro que queria poder confiar nela... Mas por que ela tá assim? Quem é aquele cara? O que ela tá escondendo de mim?

Enquanto pensa alto, Sumiko acaba ficando ali mesmo, no corredor. Sabe-se lá em que estado o quarto de Shikaku estava agora.

- Droga... como eu queria que ela não me escondesse coisas que são sobre mim. O que tá acontecendo? O que aquele cara grosso tem a ver com isso?

Sumiko continuava no corredor, parada olhando para as paredes, paras portas, para as luzes. Ela dá alguns paços... Click... A casas da Shikaku parecia escura. Parecia grande demais para uma pessoa só. Parecia ter mais aposentos do que o necessário. Parecia estar vazia. A Shikaku antes estava prestativa demais, agora estava um pouco mais distante. Ela havia dito que ele estava indo embora, Sumiko havia visto ele na explosão... Sumiko se sentia mais vazia desde ter enfrentado a morte, ou o que ela achava ser a morte. Ela percebe que haviam interesses a mais sobre ela. Ela percebe que o homem ainda estava em casa, ele ainda não havia saído....

- Ele ainda está aqui... preciso descobrir o que está acontecendo...

Sumiko segue na direção de onde ele havia ido. Estava um pouco mais calma agora, mas ele ainda era um grosso, ainda estava envolvido na explosão, ainda estava escondendo coisas dela... e devia um pedido de desculpas.

- Preciso encontrar ele.

Sumiko desce as escadas, e vai até a porta de entrada e sai da casa. O homem estava parado um pouco mais a frente, olhando para o infinito. Ele começa a rir compulsivamente, e olha para Sumiko com um olhar afetado, assustador.

- Acho que no final das contas você foi útil...

Sumiko engole em seco. Cria coragem, e diz:

- Vai me dizer o que está acontecendo, ou vai continuar rindo da minha cara?

O homem continua rindo.

- Desde quando os marionetes precisam saber do roteiro da peça?

Ele começa a andar para a rua.

Sumiko estava com muita raiva.

- Ah, se eu pudesse fazer alguma coisa...

Ela cerra os punhos, e grita com ele, sem se importar por estar na rua ou com o horário:

- Eu não sou marionete!

O homem continua rindo e saindo, e dá um aceno de despedida para Sumiko.

- Não é mesmo... Você é patética, isso sim...

A raiva crescia cada vez mais, e aquilo se tornava praticamente insuportável. Lágrimas se formam nos cantos dos olhos de Sumiko, mas essas lágrimas eram diferentes das anteriores. Essas lágrimas exprimiam sentimentos reprimidos prestes a explodir. Um bolo no estômago, que subia para a garganta. Uma vontade grande de bater nele, que junto daquele vazio em seu peito, se transformava quase em uma vontade de matá-lo. Ela olha para ele, os olhos faiscando de raiva:

- Eu não sou mais. Não sou mais aquela menininha que chora e se esconde. Patético é você, que se acha o máximo.

>.> ímpar?

Sumiko efetuou 1 lançamento(s) de dados d10 :

3

Uma vibração começa percorrer o chão, as paredes, a casa, os postes, a rua... As vibrações entram em ressonância e começam e derrubar objetos das estantes e rachar vidraças. Mas Sumiko nem percebe, ela acha que aquilo é apenas um reflexo de sua raiva. Quando ela lança sua ofensa pelos ares, eles quebram, levando junto as vidraças e rachando muros. Ela vê o impacto de suas palavras rasgar o ar até atingir o homem.

Ele estende a palma da mão para frente, para conter a onda de choque. A parte inferior da manga de sua roupa fica completamente rasgada, e sua mão e pulso ficam com cortes. Mas não eram cortes vermelhos que faziam brotar sangue, e sim cortes negros e secos. O homem começa a rir um pouco.

- Droga, acho que ela estava certa... Ela vai ficar impossível depois dessa...

O homem continua com a mão estendida, enquanto vapor subia da região de impacto. Com um movimento ele realiza o que Sumiko havia acabado de fazer, mandando uma "Bala aérea" em direção à menina.

- É impossível? Ou não é? Como ele? Como eu?


As palavras saem apressadas à medida que os pensamentos de Sumiko fluem desconexos.

- Ele vai... não, não vai...

Ela cruza os braços reflexivamente em frente ao corpo, formando um x. Tenta proteger o rosto. Tenta segurar aquela onda de choque que certamente a atingiria.

- Se eu fizer de novo... energias.. em choque...

Tenta se concentrar, em fazer aquilo novamente. Se acontecesse, havia uma possibilidade de parar ele.

perseverança + psicocinese = 5 dados

Sumiko efetuou 5 lançamento(s) de dados d10 :

1 , 10 , 8 , 4 , 9

Sumiko segura o impacto com seus braços, ficando com alguns cortes superficiais e sendo empurrada um pouco para trás, mas sem danos reais. O homem parece começar a ficar animado.

- Isso vai ser divertido...

A dor dos cortes, o impacto do golpe... tudo deixava Sumiko mais nervosa...

- Isso precisa acabar...

Ela olha para ele com raiva. Ele não podia fazer isso com ela...

- Pára!

Com toda a vontade, ela tenta repetir aquilo que tinha feito da primeira vez.

<off: int + psicocinese + FV (4 + 3 dados) >

Sumiko efetuou 7 lançamento(s) de dados d10 :

1 , 5 , 6 , 8 , 9 , 5 , 5

Parece que o homem havia subestimado Sumiko. Ele simplesmente havia tentado fazer alguma coisa se movendo. Sumiko não entendeu bem o que era, mas ele havia falhado. Agora ele estava com alguns cortes no rosto.

- Umf, acho que você não quer brincar direito...

Ele então... TUH... Desaparece. Uma seguência de "TUHs" se seguem, e ela percebe que a cada barulho algum ponto da cena se quebrava, cada vez mais perto dela.

O membro 'Zao-Lat' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd10' : 7, 6, 4, 3, 2, 8

O homem aparece subitamente e acerta um soco no estômago de Sumiko desajeitado, mas com força. O suficiente para arremessá-la até a parede.