Anamnesis...

Sumiko respira fundo, e fecha os olhos por alguns instantes. Sim, alguém estava fazendo aquilo com ela. Estaria a ajudando? A menina resolve aceitar:

- Não sei quem é, mas é melhor do que usar drogas...

Volta a atenção ao homem. Diz séria:

- Sim, você tem de morrer. Me desculpe, eu ainda não sei controlar minha força.

- Nani?! Interessante isso... Mas não sou eu não quem vai morrer pirralha...

TUH. O homem desaparece dali, logo antes de Sumiko sentir uma mão sobre seu ombro e ouvir uma voz feminina sensual.

- Sábias palavras minha jovem. A raison d'être desses aí realmente é morrer, mas esse conceito não faz parte deles mesmo. Eu acho engraçado.

Apesar da sensualidade da voz feminina, Sumiko se assusta. Ela vira rapidamente para ver quem fala. Visivelmente assustada, já vai dizendo.

- Q-quem é você? O que quer comigo? Raison d'être? Droga... tudo é sempre igual... a baka aqui sempre boiando.

Spoiler:

- Oh, me desculpe se a assustei. Não se preucupe em não estar entendendo tudo agora, por que ninguém entende tudo, não é mesmo? Sou Proxy ..., muito prazer.

Ela estende a mão com cordialidade para cumprimentar a menina.

- Que bonita...

Sumiko deixa escapar sem perceber. O olhar triste e calmo daquela mulher desarma Sumiko, que limpa a mão na roupa antes de cumprimentá-la, o que faz mesmo sem entender por quê. Visivelmente envergonhada, diz:

- Takahara Sumiko.

Sumiko olha para a mulher, confusa:

- Ahn? Do que ela está falando? Eu nem conheço ela e...

Os pensamentos em voz alta dão lugar à fala da menina, em tom desconfiado e defensivo:

- Não... melhor não... sabe... minha mãe falou pra não ir com estranhos. Eu... posso me virar sozinha. Espero.

- Será que ela daquelas pessoas que a Shikaku disse que viria atrás de mim? Não pode ser, ela não parece que quer me matar...

Sumiko olha em volta. Em meio à tanta destruição, quem mais se aproximaria. Ela diz, desconfiada:

- Pode falar.

A mulher se abaixa para ficar na altura de Sumiko e a abraça forte. Sumiko sente-se bem lá, sente-se protegida e amada, como se fosse uma mãe. Ela sussurra no ouvido da jovem:

- Sua mãe morreu.

Sumiko engole em seco. Tenta se desvencilhar do abraço, apesar do aconchego que sentia. Tenta dar um passo para trás, já com os olhos cheios de lágrimas:

- É mentira...

Ela olha na direção do hospital, e sussurra novamente:

- É mentira... ela tá bem.

Sumiko consegue se afastar um pouco dos braços da mulher, sentindo muito frio com isso. E então percebe que não havia mais hospital ali. Alguns escombros em chamas sim, mas hospital, nada.

Ela se abraça. Arregala os olhos.

- Tiraram ela de lá antes... eu sei que tiraram.

A menina está em choque, e fala mais para si mesma do que para a mulher.

- Mas... Se eles pegaram ela, para onde a levariam?

Sumiko ainda estava desnorteada e no estágio da negação de um problema, quando ela começa a sentir uma náusea enorme, quase fazendo-a vomitar, como se algo fétido estivesse se aproximando dela.

Sumiko leva a mão à boca e ao nariz, tentando se livrar da sensação, tentando não vomitar. Defensiva, ela olha em volta, procurando a fonte de seu mal estar. É evidente que ela estava passando mal e assustada.

- Você sentiu isso, não é?

A mulher a abraça e começa a acariciar seus cabelos para acalmá-la.

- Vamos para minha casa agora. Olhe para mim...

Sumiko tenta se desvencilhar da mulher, e olha em volta, à procura da fonte daquele cheiro:

- Não, eu tenho de achar minha mãe.

A mulher não faz nada. "Se quer ver sua mãe, que vá lá e veja".

Sumiko se abraça, e segue na direção dos destroços do hospital. Procura por sua mãe, ou melhor, por indícios de que ela tenha sido tirada de lá.

- Mãe? Droga... cadê você? Você tá bem, não tá?

Ela se concentra, tentando sentir o que seus olhos não podiam ver.

- Mãe?

<off: rolagem de PES, rac+PES+psiq = 2+2+3 >

Sumiko efetuou 7 lançamento(s) de dados d10 :

2 , 1 , 8 , 6 , 3 , 9 , 3

Talvez fosse melhor não ter ido olhar no final das contas. Ela se concentra e começa a sentir muitas coisas, muitos... Corpos soterrados nos escombros do hospital, sentido-os como se estivesse acariciando-os. Mas parece que sua mãe não estava por lá, ela procura, mas nada, nenhum sinal conclusivo, nem vestígio de que ela também não estivesse lá. Ela sente a mulher por a mão em seus ombros.

- Não há nada para ver aí... Vamos...

Sumiko coloca a mão no peito, seus olhos se enchem de lágrimas, e há um pouco de esperança em seu semblante. É nessa esperança que ela se prende, quando olha para a mulher, e diz:

- Ela não tá aqui. Ela pode estar viva, não pode?

Consente com a cabeça à pergunta da mulher.

- Não tenho pra onde ir... talvez ela seja alguém querendo ajudar, afinal de contas.

A mulher se agacha para ficar na altura de Sumiko e a abraça. Então sussurra em seu ouvido.

- Tem alguém aqui que está atrás de você, é bom termos cuidado. Você quer fugir ou quer enfrentá-lo?

Sumiko respira fundo, tão fundo quanto a sua asma permitir. Ela olha em volta, tentando encontrar a pessoa de quem a mulher tinha falado.

- Não consigo correr muito tempo. Não aguento mais fugir.

- Por que não olhar nos olhos?

Sumiko pergunta para si mesma, à medida que finalmente conseguia procurar quem quer que fosse que estava atrás dela.

- Estou com medo, mas não posso mais fugir.